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20091228

2010: Os Leigos, construtores de Paz mas o que e a PAZ?

Porto (26/12/09) Todos os anos, no dia 1 de Janeiro, celebra-se na Igreja Católica, o Dia Mundial da Paz. Para este ano, o Santo Padre Bento XVI convida os cristãos espalhados pelo mundo a reflectirem sobre os problemas do meio ambiente e da paz “Se quiseres a paz, preserva a criação” mas o que é a Paz?
A palavra portuguesa Paz e as correspondentes em Inglês (peace) Francês (paix), Italiano (pace), Espanhol (paz), provém da palavra latina Pax, pacis. Antigamente, no mundo romano, a palavra “pax” indicava o período em que a nível interno, não havia guerras nem lutas civis. Essa situação geral de ordem e de tranquilidade no Império romano, denominava-as e "Pax Romana”. Ligado ao conceito da “pax”, os romanos cultivavam outros conceitos abstractos como concncordia, honor, fides, virtus, victoria, etc. Santo Agostinho, um bispo católico do século IV definia a “Pax” como a “tranquilidade na ordem”.

No contexto judeo-cristão, a palavra correspondente em Hebraico é Shalom, palavra que deriva da raiz shelemut, e significa perfeição, plenitude. Na Bíblia, Shalom aparece associada a um estado de harmonia, tranquilidade e prosperidade. Shalom significa, ainda, bênção, favor, manifestação da graça divina, justiça, verdade, felicidade, bem-estar.

Para os ambientes cristãos, a Paz verdadeira é a Pessoa de Jesus Cristo (cf. Ef. 2,14). Essa paz é fruto do Espírito Santo (Gal, 5,22-23). Depois da sua ressurreição, Jesus anuncia aos discípulos: “ A Paz esteja convosco” (Jo.21,21).

Ao longo dos séculos, as comunidades cristãs procuram viver a Paz trazida por Jesus Cristo. Por isso, na Teologia Espiritual, falava-se de paz interior e paz exterior. A Paz interior é a tranquilidade do espírito, proveniente do domínio das paixões e de uma consciência de estar em comunhão de amizade com Deus e com os homens. A paz exterior ou paz social é a convivência tranquila e fraterna com os homens na ordem, no respeito e na justiça.

O Concílio Vaticano II e os últimos Papas (João XXIII, Paulo VI, João Paulo II e Bento XVI) têm insistido muito na doutrina sobre a Paz. A paz não é somente ausência de guerra ou de conflitos armados. Segundo o magistério da Igreja, a verdadeira paz funda-se no respeito da dignidade da pessoa humana, na erradicação de injustiças e da pobreza extrema, do combate à corrupção, ao terrorismo e a todas as formas de discriminação racial, étnica, religiosa e cultural.
A paz exige também a preservação da criação, isto é, o respeito pela ordem estabelecida na criação. E isto deve levar todos os homens a não destruírem as florestas, a não poluírem os rios e lagos e os oceanos. Nesta tarefa da implantação de uma cultura de paz no mundo, têm papel importante os cristãos, os chamados leigos que, vivendo nos mais diversos sectores da vida (família, profissão, trabalho, cultura ) podem inculcar na sociedade novos sentimentos geradores de paz e de fraternidade.

A todos, os meus votos de um Ano Novo de 2010, cheio de maiores venturas.

Porto, 26 de Dezembro de 2009.

Dom Carlos Filipe Ximenes Belo

Administrador Apostólico emérito de Díli (Timor-Leste)
Prémio Nobel da Paz 1996.

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